domingo, 24 de julho de 2011

Quatro vidas, em uma só.

Quando descobriu que não era mais apenas ela, caiu aos prantos e sorrisos tortos, tudo que começou com enjoos, agora seria um plano do futuro, mas perai, era pro FUTURO. Sabia que não podia seguir carregando aquilo, é, ainda não sabia ao certo como referir ao que estava acontecendo. Várias coisas passaram pela cabeça, decidiu ir ao médico, queria confirmar aquilo e pronto: gêmeos.
Meu Deus, como podia, tudo no momento que seria nada, no primeiro momento pensou em todos as felicidades, como iam ser lindos, mas sabia que não podia ser assim, mas com quem contar, quem, duas pessoas, duas pessoas unicas, que souberam, não queria que espalhasse, pensou muito antes de falar, era necessário carregar o peso sozinha, mas não, era pesado demais, ela soube reconhecer, compartilhar, pedir ajuda, mas no fundo só queria colo, queria que aquelas mesmas mãos quente daquele certo homem, as tocasse, falando que ficaria tudo bem, que iam conseguir juntos, mas ele nem soube, nem soube um terço do que se passou. Como julgar, como falar, só quem já passou sabe o que é a dor de uma confusão, que no final já se tem a resposta na ponta da língua, uma resposta que podia mudar, mas não mudou.
As consequências logo vieram, não era mais enjoos, agora era a consciência, como aquilo doía, se culpa todas as noites e hoje é sozinha e as palavras ditas são as mesmas, com um sorriso torto: eu estou bem. Falsas palavras, como elas doem, como são cruéis e acabam com qualquer sentimento, como pode, ela se pergunta, todas as noites.
Poucas vezes se pega olhando pra lua e sorrindo e este sim é um sorriso sincero. Lembra de 3 amores, dois que dependiam dela e um que se foi, sem rastros, sem perdão, sem culpa e logo via como errou, um erro que deseja perdão, mas o mais sincero possível, o perdão das almas que se foram, o perdão dele que mau sabe de tudo, o perdão de si própria por ter acabado com os seus sonhos. O dele seria neste momento o mais importante, porque com esse, aos poucos conquistaria os outros, com calma, delicadeza, mas o dele estraçalhou o que havia por dentro, ele não fez questão de ficar, mas aos poucos cicatriza e volta ao mesmo ponto, cicatriza mas deixa a marca. Quem sabe ela não consegue se perdoar sozinha e consegue todos os outros? Mas aquilo era tenebroso demais, ela conseguiu aguentar um não, ela aguento sozinha e viu que já não podia mais contar com ele, ela queria compartilhar o que mais pesava, mas ele já não acreditava nas palavras ditas por ela.
Em momento algum tiro a sua culpa pelo erro, mas como julgar, alguém que tinha sonhos, que estava disposta a lutar por ele, achou que aquilo era o mais correto no momento e o fez, o fez e isso acabou com ela, ela sofreu também, ela não é a cruel. Ela é humana e se lembra o tempo inteiro do que ficou, das dores, dos sorrisos, dos planos e sonhos, agora só leva uma confusão, que esconde bem, porque as máscaras são necessárias, não chega a ser infeliz, acredita nos seus motivos, mesmo que não justifique, fez por si, precisava fazer por si e ainda existe o lado menina, que olha a lua todas as noites, acompanhando a suas fases e se entrega, em forma de fuga.


"Não pense, por favor, que eu não sei dizer que é amor tudo o que eu sinto longe de vocês."

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